A cidade de Atenas
não tinha televisão
aí pegaram uma ruma
que trouxeram do Japão
e foram distribuindo
com toda população.
Eu também recebi uma
e contente fui ligar
o número do telefone
eu não consegui lembrar
sai pra fora correndo
peguei o programa no ar.
Quando eu estava assistindo
saiu um comercial
comprei duas rapaduras
mas não tinha capital
foi o jeito eu pagar
com o Estado, pessoal.
o governador falou
que o Estado não é meu
então fui ao hospital
para ver o que aconteceu
t6inha um estado de coma
mas falaram: alguém comeu.
E pra saber a certeza
fui falar com a direção
me ofereceram uma carona
em cima de um caminhão
o carro voltou batendo
queria era confusão.
Eu prefiro sem fusão
pois derretido é ruim
já vi que o seu desejo
é passar pelo Umirim
depois se for assaltado
não bote culpa em mim.
O meu relógio parou
eu não sei que horas são
mas vou perguntar ao padre
sem fazer a confissão.
Se o carro está rangendo
é problema com o munhão.
A faca estava cega
e tropeçou no facão
apareceram dois dentes
quando se tacou no chão
aí foi ao oculista
fazer a obturação.
O sol estava nascendo
quando a parteira chegou
disseram-lhe: chegou tarde!
o dia já clareou
mas amarre o umbigo
com a linha do Equador.
Tomaram um copo d'água
e houve uma confusão.
disseram que aquele ato
era uma agressão
pois o certo não é tomar
é pedir com educação.
Pegaram uma Q-boa
derramaram no açude
a água ficou tão ruim
que fui beber e não pude.
É preciso derramá-la
mas não há quem me ajude.
Quero derramar a água
por uma grande peneira
para o peixe não passar
bem depressa, na carreira
e depois irem dizer
que estou fazendo asneira.
Estar fazendo calor
porque eu não quis ouvir
mas se voltar a falar
não consigo resistir
pois com uma quentura dessa
eu não vou poder dormir.
Quando eu peguei no sono
não tive muito cuidado9
minha mão estava suja
e ele ficou zangado
fugiu de mim de repente!
fiquei a noite acordado.
Estava passando mal
foram chamar o doutor
que no seu diagnóstico
rapidamente informou:
o problema não é grave
foi o ferro que esfriou.
Aí trouxeram uma cama
para casal, de madeira,
o casal deu o cupim
a cama ficou inteira
então quiseram levá-la
pra ser vendida na feira.
O carro que a levava
deu o prego na estrada
que ficou tão enfiado
sem nenhuma martelada
Aí foram mesmo a pé
andando pela calçada.
A calçada tinha um calo
do sapato apertado
descalçou-se e foi seguindo
com o seu pé calejado
mas apesar do esforço
a feira havia terminado.
Ia dobrando a esquina
para pegar outra rua
ela disse: não é preciso
me pegar pois já sou tua.
Para que dobrá-la de novo
se torna ela continua?
Aí foi pegar o ônibus
mas não pode segurar
teve que ficar no ponto
esperando outro passar.
como o ponto era final
não pode continuar.
Foram escrever a ata
mas já estava madura.
Se colocá-la no livro
aumenta a temperatura
podendo até se esmagar
e não pode haver rasuras.
já deu na televisão
muita gente assistiu
a pancada foi tão grande
que da mesinha caiu
mas deu também no jornal
deu no rádio e no edital
e pouco depois sumiu.
Já soube que deu no pé
Uma coisa de repente
Vai batendo por aí
E ainda não deu pra gente
Na noite deu pra cantar
Acho que deu pra tomar
Líquido como aguardente.
Juvenal Amaro
Umrim, Julho de 2004
sexta-feira, 2 de julho de 2010
DOIDEIRAS
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