Juvenal Amaro
Um
marciano que veio
Visitar
nosso Planeta
Falou
que nunca em Marte
Se
escreveu com caneta
E
se por acaso errar
Se
apaga com o polegar
E
não existe tinta preta.
Papel
também não existe.
Se
escreve no espaço.
Onde
você estiver
Basta
só erguer o braço
E
começar a escrever
Que
o outro para ler
Não
encontra embaraço.
E
quem anda pelas ruas
Precisa
ter atenção.
Tem
texto em todas as partes
Causando
até confusão.
Quem
caminha descuidado
Bate
a cabeça e zangado
Derruba
as letras no chão.
E
do dedo indicador
A
cor que sai é cristal.
Uma
escrita no escuro
Fica
sensacional.
E
se no claro escrevê-la
Brilha
como as estrelas
No
espaço sideral.
A
escrita é usada
Só
para informação
Por
que o que é passado
De
geração a geração
Fica
no ser encucado
Por
um chip implantado
Com
tudo da educação.
E
outra coisa também
O
marciano mencionou.
É
que em missão secreta
Na
Terra se hospedou
Pra
poder observar
E
com calma analisar
Alguns
seres que encontrou.
Um
deles, o marciano
Viu
aqui pelo nordeste
E
achou interessante
Esse
animal do agreste
Que
ficou o observando,
Vários
dias o acompanhando
Como
se fizesse um teste.
Percebeu
que o jumento
É
um ser inteligente.
O
homem dizia: aííí!
E
o animal prontamente
No
local certo parava
E
a tarefa realizava
Melhor
do que muita gente.
Seguia
pelo caminho
Carregando
a bagagem
Bem
na frente do seu dono
Não
errava uma só paragem.
O
marciano invisível
Espiando
achou incrível.
Continuou
a sondagem.
Se
encantou ainda mais
Quando
viu o jumentinho
Contornando
muitas curvas
Que
existiam no caminho
Mesmo
sem sair do “trilho”
Vencendo
todo empecilho
Sem
demorar e sozinho.
O
seu trabalho, o jumento
Desempenha
sem maldade.
Sem
preguiça ele anda
Sertão,
praia e cidade.
O
que querem ele transporta
Por
onde vai não importa,
Nem
teme adversidade.
Observando
um humano
Ficou
logo insatisfeito.
A
cada dia que passava
Mais
encontrava defeito.
Disse:
que decepção!
Esta
observação
Não
vai produzir efeito.
Passando-se
alguns dias
Sendo
o jegue observado
Resolveram
abduzí-lo
Quando
estava no cercado.
Numa
nave espacial
Carregaram
o animal
Pra
ser mais analisado.
Depois
de muitos estudos
Envolvendo
corpo e mente
Introduziram-lhe
um chip
Com
comandos referentes
À
várias atividades
As
quais, na realidade,
Só
quem executa é gente.
O
jumentinho esperto
Foi
muito bem que se saiu
Desempenhando
as tarefas
Que
o marciano pediu
E
assim mostrou progresso
Com
segurança e sucesso
Cada
etapa concluiu.
Podemos
imaginar O
que vai acontecer
Quando
outros jegues assim
Aqui
na Terra aparecer.
Será
um grande espanto
Com
gente em todo canto
Jumento
querendo ser.
Um
jumento inteligente
Muito
mais do que humano,
Não
sendo mais explorado
Com
castigo de tirano.
A
inveja vai bater
E
muita gente, para ser
Um
jegue, vai fazer plano.
Quando
um mal-educado
Chamar
alguém de jumento
Este
alguém vai atender
Cheio
de contentamento
Dizendo
tranquilamente:
Eu
sou mesmo inteligente
E
tenho conhecimento.
Chamar
jegue de meu love
Isso
iremos escutar
E
fotos no facebook
Vamos
poder encontrar.
E
como moda pega à toa
Por
certo terá pessoa
Querendo
até relinchar.
Tendo
o jumento sofrido
Desprezo
de muita gente,
Com
o desenvolvimento
Abandonado
cruelmente,
Agora
sendo famoso
Vai
surgir ambicioso
Dizendo
que é seu parente.
Sei
que o termo “my jegue”
Vai
já substituir
O
termo em uso “my love”.
Muitos
vão admitir
E
pela mídia adotado
Dessa
forma assim falado
Passaremos
a ouvir.
Passeata
de jumentos,
Desfile
no carnaval,
Seita
e religião,
Propaganda
eleitoral
E
em tudo que dar dinheiro
Ele
sendo o primeiro
Será
muito natural.
Jegue
em cima de gente
Gente
por baixo de jegue
Com
a fama que vai ter
Haverá
quem o carregue.
Puxa-saco
é desse jeito
Mesmo
que estufe o peito
E
lasque tudo mas consegue.
Justamente o
jumento
Um animal de valor
Vai viver mais
sossegado
E sem mais aquela
dor
Natural do seu
destino
Ajudando o
nordestino
Lutando com
destemor.
Umirim, novembro de 2015
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